Muito feliz com a decisão da atleta, venho compartilhar minhas considerações finais.
O termo “eutanásia” foi criado no
século XVII, em 1623, pelo filósofo Francis Bacon em sua obra “Historia vitaes
et mortis”, para designar o tratamento adequado de doenças incuráveis.
Eutanásia significa, etimologicamente, “boa morte”, que deriva da semântica
grega “eu” (boa ou bom) e “thanatos” (morte). Influenciado pela corrente de
pensamento da filosofia experimental dominante na época, Bacon sustentou a tese
de que, nas enfermidades consideradas incuráveis, era absolutamente humano e
necessário dar uma boa morte e abolir o sofrimento dos enfermos.
A definição de eutanásia pode até
abrandar o seu significado, mas na minha opinião o ato de abreviar a própria
vida, nada mais é que suicídio (quando a opção é feita pelo próprio doente) ou
homicídio (quando o doente já não está mais consciente devido ao estado de
saúde).
Depois de todas as histórias às
quais tivemos acesso, depois de nossa aventura em se aprofundar no assunto por
conta da decisão anunciada nas vésperas das Olimpíadas e Paraolimpíadas no
Brasil da atleta Marieke Vervoort, pudemos perceber que essa prática tão
polêmica não está muito longe de nossa realidade, porém, na nossa cultura,
ainda temos esse ato como crime, ou como covardia, fuga, desrespeito à vida...
Quando esse tema é discutido não
se pode deixar de considerar todos os aspectos que envolvem esse assunto, como
religioso, legal, médico, religioso e também outros.
E como associar essa prática (que
é um ato de desistência de vida) com os esportes paraolímpicos (que são atos de
superação)? Um pouco complicado, né? É mais compreensível quando tentamos
analisar como é o dia a dia de alguém que sofre com uma doença grave,
incurável, degenerativa e ainda assim supera a dor e sofrimento para conseguir
treinar, competir. Pode ser mais fácil entender se pensarmos que ela chegou ao
limite da dor.
Será que outros atletas também já
se sentiram nesse limite e chegaram a desejar a morte como um alívio? Acredito
que muitos doentes terminais, doentes incuráveis devem sentir isso, mas será
que, por termos essa consciência devemos apoiar que a eutanásia seja
legalizada?
Esse é um tema muito polêmico e tem uma carga
emocional fortíssima, mas acredito que nossa sociedade ainda não conseguiria
aprovar essa prática como um ato de compaixão. E tenho consciência de que, como
pedagoga tenho o dever de ajudar a formar uma sociedade mais humana e mais
justa, onde seja sempre maior o respeito à vida, em qualquer circunstância.
E vocês? O que acham? São a favor
ou contra a eutanásia? Acham que é um ato de compaixão ou um crime contra a
vida? Acham que é o direito a uma morte digna ou uma covardia?
Postado por Rosane.
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