Paraolimpíadas:
a superação do limite
Gostaria de destacar que verdadeiramente não se pode
ligar os sentimentos de euforia que envolvem a superação de atletas
paraolímpicos com o ar sombrio e triste que vem à tona quando o assunto é
eutanásia. O assunto se misturou quando a atleta paraolímpica Marieke Vervoort divulgou que
pretendia fazer a eutanásia após os jogos paraolímpicos de 2016 no Rio de
Janeiro. Ela competiria pela última vez como um adeus ao esporte e à sua
própria vida.
Felizmente hoje sabemos que sua intenção mudou,
mesmo que temporariamente, o que me deixou com o coração leve e me pôs a pesquisar sobre a vida e
história de superação de outros atletas paraolímpicos.
Em quase
todos os artigos que li, as modalidades de esporte para pessoas com deficiência
são destacadas por sua superação de limites. A maioria das reportagens, pesquisas e afins
sobre o esporte paraolímpico, se aprofundam no aspecto da dedicação do atleta
para se preparar fisicamente para competir, vencendo além de seus limites,
também a discriminação da sociedade, a desmotivação que sua própria condição
existencial pode acarretar. Esses atletas têm nas competições uma oportunidade
para elevar sua autoestima, direta ou indiretamente, além de provar para todos
o seu valor como atleta e cidadão.
Grandes exemplos dos esportes paralímpicos
Clodoaldo
Francisco da Silva |
Clodoaldo
Francisco da Silva nasceu em Natal/RN, em 1979. Deficiente físico, em razão de
paralisia cerebral é dono
de 19 medalhas em Pan-Americanos, sendo 13 de ouro e 6 de prata. Ele também
coleciona 13 medalhas olímpicas, 6 delas de ouro, 5 de prata e 2 de bronze.
Roseane Ferreira dos Santos |
Roseane
Ferreira dos Santos, conhecida como Rosinha, em 1990, aos 18 anos, foi
atropelada por um caminhão e perdeu a perna esquerda. Nove anos depois, ela
descobriu o esporte e se tornou medalhista olímpica do atletismo. Também é uma
colecionadora de primeiros lugares. Ganhou três medalhas de ouro no Mundial da
Nova Zelândia em 1999, três medalhas de ouro no Pan-Americano do México, duas
de ouro nas Paraolimpíadas de Sydney em 2000. Em Atenas, alcançou o recorde
mundial no lançamento do disco, mas não obteve medalha devido ao sistema de
pontuação realizado no agrupamento de classes desta prova.
Amy Purdy |
Amy Purdy, medalhista de bronze no snowboard dos Jogos Paraolímpicos de Inverno, em Sochi, em 2014. Ela era uma garota saudável de 19 anos,
linda e cheia de energia. Um dia, sentiu-se gripada e foi para a cama. Acordou
com dores no corpo inteiro, como se cada músculo tivesse entrado em colapso.
Levada ao hospital, descobriu que tinha meningite bacteriana. Enquanto a vida
parecia se esvair, ouviu um médico dizer para alguém que suas chances de
sobrevivência eram de apenas 2%. Seu baço explodiu. Os rins pararam. Operada às
pressas, teve, na mesa de cirurgia, a nítida sensação de que ia morrer. Mas não
morreu. Recuperada das primeiras cirurgias, Amy ainda teria más notícias. Por
causa da necrose, as pernas precisavam ser amputadas.
Ela resolveu dar a volta por cima e
depois de tantas superações sobre a doença, a atleta continuou se dedicando aos
esportes radicais (dos quais já era praticante), além
de se tornar medalhista de bronze no snowboard dos Jogos Paraolímpicos de
Inverno, em Sochi, em 2014, Amy fez uma porção de coisas que julgavam que seria
incapaz de fazer. Gravou – e dançou loucamente – um videoclipe com Madonna.
Participou de filmes de ação em Hollywood. Competiu, e chegou às finais, do
reality show Dancing With Stars. Fez um ensaio fotográfico nua. E neste
ano de 2016, impressionou e emocionou o mundo participando das aberturas das Paraolimpíadas
do Rio de Janeiro, ao fazer uma coreografia usando as próteses que simulam pés também com as lâminas que usa para competir, ao lado de um robô industrial e ao som da música "Borandá", de Edu Lobo com execução de Sérgio Mendes, com uma performance que deixou o Maracanã de queixo caído com um dos mais belos momentos da abertura.
Cada atleta uma história
Se cada
um dos atletas das olimpíadas tem sua história específica de sofrimentos e
superação dos seus próprios limites, cada atleta paraolímpico carrega uma
história de fazer filme para cinema. Existem aqueles que nasceram com
deficiência e aqueles que adquiriram uma deficiência ao longo da vida, mas todos
reconhecem que a dimensão psíquica, física e social do esporte paraolímpico é
muito significativa para os atletas. Cada história contribui para a construção
de um mundo verdadeiramente pluralista, que sabe respeitar e conviver com as
diferenças, sejam elas quais forem.
As
pessoas com deficiências física e mental não precisam de nossa pena, ou de nossa
compaixão, mas sim de estímulo, demonstração de apoio e de luta conjunta pela
democratização das oportunidades de acesso para além do âmbito dos jogos, para
que tenham uma existência cotidiana digna e feliz.
Postado
por Rosane.
Fonte:
http://www.espacoacademico.com.br/041/41lima_souto.htm. Acesso
em 26/09/2016.
http://ego.globo.com/famosos/noticia/2016/09/amy-purdy-rouba-cena-em-abertura-da-paralimpiada-rio-2016.html
. Acesso em 26/09/2016.
http://www.istoe2016.com.br/sem-pena-de-si-mesmo-um-exemplo-extraordinario-de-perseveranca/
. Acesso em 26/09/2016.
São historias incríveis de superação.
ResponderExcluirKatia Maria